quinta-feira, 31 de março de 2011

ARMAMENTO DOS LANCEIROS NEGROS


Excelentes combatentes de Cavalaria, entregavam-se ao combate com grande denodo, por saberem, como verdadeiros filhos da liberdade, que esta, para si, seus irmãos de cor e libertadores, estaria em jogo em cada combate. Manejam como grande habilidade suas armas prediletas - as lanças. Estas, por eles usadas mais longas do que o comum. Combinada esta característica, com instrução para o combate e disposição para a luta, foram usados como tropas de choque, uso hoje reservado às formações de blindados. Por tudo isto infundiram grande terror aos adversários. Eram armados também com adaga ou facão e, em certos casos, algumas armas de fogo em determinadas ocasiões.
Como lanceiros não utilizavam escudos de proteção, mas sim seus grosseiros ponchos de lã - bicharás, que serviram-lhes de cama, cobertor e proteção do frio e da chuva. Quando em combate a cavalo, enrolado no braço esquerdo, o poncho (bichará) servia-lhes para amortecer ou desviar um golpe de lança ou espada. No corpo a corpo desmontado, servia para aparar ou desviar um golpe de adaga ou espada em cuja esgrima eram habilíssimos, em decorrência da prática continuada do jogo do talho, nome dado pelo gaúcho à esgrima simulada com faca, adaga ou facão.
Alguns poucos eram hábeis no uso das boleadeiras como arma de guerra, principalmente para abater o inimigo longe do alcance de sua lança, quer em fuga, quer manobrando para obter melhor posição tática.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Contam os índios que foi assim que nasceu o pássaro joão-de-barro.


Segundo a lenda, há muito tempo, numa tribo do sul do Brasil, um jovem se apaixonou por uma moça de grande beleza. Jaebé, o moço, foi pedi-la em casamento.

O pai dela então perguntou:
- Que provas podes dar de sua força para pretender a mão da moça mais formosa da tribo?
- As provas do meu amor! - respondeu o jovem Jaebé.
O velho gostou da resposta, mas achou o jovem atrevido, então disse:
- O último pretendente de minha fila falou que ficaria cinco dias em jejum e morreu no quarto dia.
- Pois eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei.


Toda a tribo se admirou com a coragem do jovem apaixonado. O velho ordenou que se desse início à prova. Então, enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e ficaram dia e noite vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado. A jovem apaixonada chorava e implorava à deusa Lua que o mantivesse vivo. O tempo foi passando e certa manhã, a filha pediu ao pai:
- Já se passaram cinco dias. Não o deixe morrer.


E o velho respondeu:
- Ele é arrogante, falou nas forças do amor. Vamos ver o que acontece.


Esperou então até a última hora do novo dia, então ordenou:
- Vamos ver o que resta do arrogante Jaebé.


Quando abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. Seus olhos brilharam, seu sorriso tinha uma luz mágica. Sua pele estava limpa e tinha cheiro de perfume de amêndoas. Todos se admiraram e ficaram mais admirados ainda quando o jovem, ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro enquanto seu corpo, aos poucos, se transformava num corpo de pássaro!


E foi naquele exato momento que os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que também se viu transformada em um pássaro. E, então, ela saiu voando atrás de Jaebé, que a chamava para a floresta onde desapareceram para sempre.


Podemos constatar a prova do grande amor que uniu esses dois jovens no cuidado com que o joão-de-barro constrói sua casa e protege os filhotes. Os homens admiram o pássaro joão-de-barro porque se lembram da força de Jaebé, uma força que nasceu do amor e foi maior que a morte.

quinta-feira, 17 de março de 2011

O MASCATE




Embora o vocábulo não seja utilizado em Portugal com o mesmo significado, o nome "mascate" ficou sempre associado à imigração árabe no Brasil, resultante do grande contingente de imigrantes proveniente do Líbano e da Síria[3] que se dedicaram a esta actividade. Em menor número chegaram também ao Brasil imigrantes de outros pontos do antigo Império Otomano, como Turquia,Palestina, Egito, Jordânia e Iraque. Como tinham sotaque eram nomeados “turcos da prestação”, pois naquela época o Império Turco-Otomano controlava boa parte do Oriente Médio. como os imigrantes destes países vinham com a nacionalidade turca em seus documentos, ficaram conhecidos popularmente por este nome.
 A mascateação introduziu inovações que, hoje são traços marcantes do comércio popular, como as práticas da alta rotatividade e alta quantidade de mercadorias vendidas, das promoções e das liquidações. Inicialmente os mascates visitavam as cidades interior e as fazendas, estancias, levando apenas miudezas e bijuterias. Com o tempo e o aumento do capital, começaram também a oferecer tecidos, roupas prontas e outros artigos.

terça-feira, 15 de março de 2011

ANDANÇAS: LENDA DA ERVA MATE

ANDANÇAS: LENDA DA ERVA MATE: "Conta a história que a árvore de onde se colhe a folha para produzir o chimarrão, surgiu no mundo depois de um pedido feito a Tupã, o gra..."

LENDA DA ERVA MATE




Conta a história que a árvore de onde se colhe a folha para produzir o chimarrão, surgiu no mundo depois de um pedido feito a Tupã, o grande deus indígena. No meio das coxilhas vivia uma tribo guarani, cujo cacique era admirado por sua valentia, bravura e sabedoria tanto quanto sua filha, Caá-Yari, pela beleza. Envelhecendo, o chefe índio andava triste e tinha medo de ficar só. Não tendo filho homem, precisou escolher para sucessor o mais valoroso entre os guerreiros da tribo, justo o bravo pela qual Caá-Yari estava apaixonada. Pela lei dos guaranis, a mulher do chefe da tribo tinha de acompanhá-lo em quaisquer de suas viagens, fossem caçadas, batalhas, missões de paz ou a busca de novas terras. Assim, se Caá-Yari casasse com o guerreiro escolhido para se tornar o novo cacique, muitas vezes teria que se afastar do pai. Para não o magoar, a bela índia amava seu adorado em segredo. Sua dor e angústia eram tantas, que o cacique decidiu procurar Tupã e pediu-lhe que lhe escolhesse um companheiro para as horas de solidão. Foi então apresentado a uma árvore grande, de folhas verdes, da qual retiraria, secaria e torraria as folhas, fazendo delas uma deliciosa bebida amarga e quente que se tornaria sua companhia quando ninguém estivesse por perto. Tupã também ensinou o cacique a partir o porongo (a cuia) e a fazer um canudo de taquara (a bomba).

sábado, 12 de março de 2011

CAMBONA PRIMITIVA: estas cambonas vinham da Inglaterra, com chá-da-índia. Eram feitas de cobre e possuíam a parte de baixo arredondada e sua alça era deita de arame ou de lata. Serviam para preparar alimentos, aquecer água. Tem um refrão popular, que muito bem traduz o quanto à cambona é desajeitada, virando com muita facilidade, que é: “Cambona em cima de tição, tomarás mate ou não!”

domingo, 6 de março de 2011


No sul, bolicho é uma pequena casa de comércio, mas mais que isso, é um local onde o viajante chega para retemperar com convivio humano o isolamento de uma longa jornada. Se, ao final do dia, o bolicheiro nao vender nada, mas tiver tido bastante convivio humano, é um homem feliz.